Um relatório econômico patrocinado pelo governo britânico estima que os prejuízos trazidos pela mudança climática (aquecimento global) foi estimado superior a 5% do PIB – produto interno bruto – a cada ano. Caso se confirmem as previsões dos ambientalistas, esse custo poderá aumentar para 20% do PIB ao ano. A responsabilidade financeira das seguradoras para criar reservas técnicas (poupanças e provisões), de forma a poder atender ao potencial impacto dos danos ambientais sobre a carteira de seguros de responsabilidade civil sem prejudicar sua solvência (security), cresceu exponencialmente.
O debate sobre as alterações climáticas induziu uma onda de processos judiciais nos Estados Unidos. Uma década atrás, nasceu a idéia de um processo judicial referente a danos por responsabilidade pela mudança climática. Desde então essa idéia evoluiu para uma ampla quantidade de ações judiciais, reclamando a responsabilidade das corporações pelo aquecimento global e consequentemente as respectivas seguradoras dessas corporações. Muitos desses processos não resultaram em perdas e foram arquivados por falta de nexo causal ou provas suficientes, no entanto, mais recentemente houve casos onde foram celebrados acordos, alguns dos quais por montantes significativos como, por exemplo, USD500 milhões numa ação contra agências governamentais americanas por ter patrocinado e aprovado projetos na área de energia.
Qual a resposta das seguradoras? Excluíram nos contratos dos seguros de responsabilidade civil os danos ambientais causados por seus clientes. Contudo, ocorre uma crescente pressão da sociedade no sentido de uma solução de seguro ambiental, que já existe em alguns países do mundo (tendo sido pioneira a Austrália). Em muitos países este seguro é obrigatório! Evitando assim a socialização da poluição, após a fuga ou falência do poluidor.
Outrossim é o fato de que prejuízos com o aquecimento global não se restringem a poluição em si, mas o produto das catástrofes climáticas que afetam os objetos segurados em todos os tipos de seguros: automóveis, residências, etc. Todos estamos envolvidos no problema. Não há como fugirmos disso.