Categorias
Aeroportos Aviação

AUMENTA SEGURANÇA NOS AEROPORTOS – A LUTA CONTRA O TERRORISMO

O terrorismo, usando aeronaves comerciais, não é uma novidade e tampouco começou após o ataque de 11 de setembro de 2001.

Em 1968 palestinos desviaram um avião da rota Tel Aviv-Roma para Argel; no mesmo ano um avião da Delta foi sequestrado e pousou em Havana (Cuba) ao invés de Miami seu destino original.

Em setembro de 1970, palestinos sequestraram 3 aeronaves, TWA, SwissAir e BOAC, pousaram na Jordânia, liberaram os passageiros e explodiram os aviões.

Em 1972 uma aeronave Lufthansa foi sequestrada em troca da libertação de 3 prisioneiros (terroristas do atentado das Olimpíadas de Munich).

Em 1976  um Air France foi sequestrado, levado para Entebbe – Uganda, de onde agentes israelenses conseguiram resgatar e salvar o avião.

Em 1985 houve o caso  da TWA na Europa.

Em dezembro de 1988 um dos ataques terroristas mais famosos, na aeronave da PanAm (vôo 103), de Londres para Nova York, explodindo sobre a cidade de Lockerbie.

Avião B-747 PanAm destruído sobre Lockerbie Avião B-747 PanAm destruído sobre Lockerbie

Aqui houve um ponto de inflexão no terror, antes do qual os aviões e seus passageiros serviam como moeda de troca por terroristas, para libertar colegas  presos ou qualquer outra demanda política. Geralmente não haviam muitas vítimas ou quando eram atendidos liberavam a aeronave. A partir de Lockerbie mudou bastante e para pior. Os terroristas passaram a explodir e matar inocentes sem qualquer motivo ou demanda aparente. Instalando a era do terror.

Em 1994  houve o sequestro do Air France na Argélia com a morte ou prisão dos sequestradores.

Em 2001 tivemos o muito conhecido e lamentável ataque de 11 de setembro.

E no Brasil há terrorismo com aeronaves? Muito raro, é verdade, mas aconteceu sim.

Em 28 de setembro de 1988 um sequestrador tomou o avião da VASP que fazia a ponte-aérea, Belo Horizonte-Rio, desviando-a para Brasília, onde pretendia jogá-la no Palácio do Planalto. O terrorista foi preso e “morreu” no hospital.

Em 16 de agosto de 2000 um avião da VASP  foi sequestrado por  bandidos encapuzados, que exigiram o pouso em Porecatu. Contudo, eles fugiram e nenhum grande dano pessoal ou material foi registrado.

Tratados Internacionais no Combate ao Terror:

Terrorismo com aeronaves é tão antigo que em 1963 a OACI (ONU) – Organização da Aviação Civil Internacional – criou a Convenção sobre Infrações e Atos Praticados a bordo de Aeronaves. Que foi promulgada em abril de 1970.

Inúmeros outros acordos e normas foram publicadas ao longo desse período. Em 18 de outubro de 2001, portanto após os graves episódios do 11/9, o Conselho de Segurança das Nações Unidas publicou a Resolução 1373, que no Brasil virou DL 3.976, onde não cria nada novo, mas reitera a importância e pede atenção aos Tratados desde 1970.

Bombas caseiras derrubam aviões?

Sim. A fuselagem com um pequeno furo, quando em elevadas altitudes, dada a pressurização pode causar um grave acidente ou até derrubar a aeronave.

Em fevereiro de 2009, uma aeronave que transportava soldados do Batalhão de Forças Especiais da Polícia colombiana, ainda no solo, foi totalmente destruída, por acidente quando um soldado deixou cair uma bomba de gás lacrimogêneo. O avião partiu ao meio na pista de taxi do aeroporto de Medellin.

Esse é o maior problema, pois até cloro misturado com leite líquido pode criar uma bomba. Imagine terroristas com conhecimentos químicos e acesso a produtos de maior poder explosivo!

O último caso – no avião da Delta de 25 de dezembro de 2009 – o terrorista nigeriano carragava na cueca um pó explosivo para misturar a bordo! O que não é detectado nos sistemas protecionais atuais! E pretendia se suicidar matando todos a bordo.

Como resolver essa questão e se proteger dos terroristas?

Essa é a questão que Obama busca responder na runião de hoje (5/1/2010).

Na verdade  inúmeras soluções já foram propostas na última década. A TSA – Transport Safety Authority – trabalha neste objetivo.

Diversas das soluções não são viáveis ou são inócuas: tripulação armada, telefones liberados a bordo, bagagem isolada e lacrada em container a prova de explosão, controle remoto da aeronave, etc.

Outras soluções são úteis e já vem sendo usadas: cabine blindada, policiais disfarçados a bordo, raio X no embarque e nas bagagens, análise do perfil dos passageiros no check-in.

Há uma determinação da ICAO para que todos os países membros tenham instalado o sistema MRTD – Machine Readable Travel Document – para controle de passaportes alinhado com biometria, até abril de 2010. Assim dificultará a falsificação de documentos, facilitará e reduzirá o tempo da análise do passageiro no check-in.

O Brasil está mudando para o passaporte azul (1o passo) e provavelmente terá este sistema implantado no prazo.

Apesar de tudo isso, parece que estamos perdendo a corrida com os terroristas.

Em 16 de agosto de 2006 no Aeroporto de Heatrow (Londres), a polícia local conseguiu prender terroristas que entravam com nitroglicerina disfarçada em latas de refrigerantes e garrafas d´água.  Eram líquidos e conseguiram localizar.

Porém, agora em dezembro de 2009, o elemento usado era sólido e de pequena quantidade, não sendo detectado por raio X.

Outra questão que assusta nesse caso, foi que o perfil do terrorista não levantou suspeitas. Ele tinha visto americano! Portanto, todo o sistema não foi capaz de defender a sociedade.

As medidas de Obama:

A única solução, até agora, além do scanner de corpo inteiro – que demorará para estar implantado em todos países com vôos diretos para os EUA, será de aumentar a revista na lista de países considerados de maior risco ou “patrocinadores do terror”.

Qualquer vôo com origem ou passagem nesses países depende dessa revista “pente fino” que atrasa o vôo e exige maior infra-estrutura do aeroporto.

1) Nigéria, Paquistão, Síria, Sudão, Irã, Cuba e Iêmen terão revistas cuidadosas, inclusive na bagagem de mão;

2) Afeganistão, Argélia, Líbano, Líbia, Iraque, Arábia Saudita e Somália também poderão entrar na lista que exige maior revista.

Será que isso é suficiente? E se o bandido resolver vir ao Brasil, e daqui pegar um vôo rumo aos EUA?

Enfim, quando os vizinhos detetizam a casa, nós temos que nos preocupar para as baratas não virem para a nossa casa.

Categorias
Resseguros Seguros

Quebraram de direito mas o monopólio do resseguro permanece de fato.

Resseguros

Essa é a estatística de prêmios de resseguros, tendo como fonte os dados da SUSEP, referentes ao ano de 2009 até o mês de novembro. O que se depreende desses dados?

1) Apesar da quebra do monopólio, em janeiro de 2007, o IRB continua dominando o resseguro no Brasil. Com 78% de market share.

2) A J Malucelli, pertencente a grupo do setor de construção civil, supostamente seria a única especializada no seguro Garantia (Financeiro). No entanto, 27% dos seguros da Munich Re são de Garantias Financeiras. Todos sabem que há uma parceria forte entre as duas resseguradoras, até porque a J. Malucelli não pode reter muito risco: a JMalucelli retem 28% do risco contra 56% de retenção da Munich Re. Ou seja, temos IRB, J Malucelli e Munich Re dividindo “igualmente” a operação de seguros Garantia.

3) A Munich Re tem foco nos seguintes segmentos, na seguinte ordem de prioridades: Garantias Financeiras, Crédito, Vida, Incêndio e RC.

4) Alguns segmentos ainda dependem totalmente do IRB. O Rural é 91% colocado no IRB com 61% de retenção!  Os cascos marítimos e aeronáuticos são 95% colocados no IRB, que repassa 82% ao exterior. O IRB ainda recebe 77% dos seguros patrimoniais (incêndio, RO, RN) e retém 40% do risco, vale ressaltar que 36% do mercado é desse tipo de seguro. Os transportes de carga também são altamente dependentes do IRB, que recebe 88% da cessão de resseguro com 89% de retenção!

Conclusão: Ainda estamos no princípio das mudanças neste setor, que serão lentas, e ainda dependemos muito do IRB. Por sua vez o IRB está negando riscos complicados e visando legitimamente o lucro (o que não fzia na época do monopólio), e o resultado será a dificuldade de se colocar riscos especiais.