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Incêndios

Incêndio em nightclub, um caso para ser estudado.

Show da banda Great White tornou-se o 4º incêndio mais mortal dos EUA em casas noturnas.
Na quinta-feira, dia 20 de fevereiro de 2003, houve um show da banda de rock Great White – que fez sucesso na década de 90 com os hits “Call it rock and roll”, “Once bitten twice shy” e “Desert Moon” – numa danceteria chamada de The Station que se localizava no 211 da Cowesett Ave., na cidade de West Warwick, no estado de Rhode Island, Estados Unidos. Seria apenas mais um show de uma banda já em declínio que estava no ostracismo, no entanto, o show ficou extremamente famoso e por cinco anos permaneceu na mídia. Pois foi palco do quarto mais mortal incêndio em nightclubs dos EUA, matando 100 pessoas – 4 das quais chegaram ao hospital ainda com vida – e ferindo outras 230. Apenas 132 pessoas escaparam ilesas.

O show começaria às 23 horas, mas iniciou com um pequeno atraso quando o Great White às 23:05 hs tocou a sua música de abertura “Desert Moon”.  Na abertura utilizavam fogos de artifício nas laterais do palco, que foram instalados e acesos pelo “manager” da banda Daniel Biechele, na época com 29 anos de idade.

O incêndio ocorreu quando as chamas dos fogos de artifício alcançaram o isolamento acústico do teto (contendo poliuretano) e das paredes ao redor do palco, em apenas  5½ minutos todo o local foi envolvido em chamas. O local com aproximadamente 480m² estava lotado com 462 pessoas, quase 1 pessoa por m². Não havia sprinklers (chuveiros de incêndio) que retardassem a propagação, as 4 saídas não foram suficientes para evacuar todo o público em pânico que ficou entalado nas suas portas estreitas.

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O mais incrível neste caso foi que todo o incêndio e o desespero das vítimas foi filmado pelo câmera Brian Butler, que juntamente com o repórter investigativo Jeffrey Derderian fazia uma matéria sobre segurança em prédios públicos para a WPRI-TV, subsidiária da rede de TV LIN. No entanto, Jeffrey Derderian também era sócio do The Station, caracterizando no mínimo conflito de interesse, para sua matéria “investigativa”.  

 

As indenizações às vítimas levaram mais de 5 anos sendo discutidas nos tribunais, algumas ainda são discutidas até hoje. Mais de 300 ações judiciais foram impetradas contra inúmeras partes interessadas e responsáveis. Até o final de 2008 o montante a ser repartido pelas vítimas alcançava US$ 175 milhões.

A televisão WPRI-TV teve que participar com US$ 30 milhões pela participação do câmera na obstrução da passagem das vítimas e por este não colaborar para salvá-las. A distribuidora de bebidas McLaughlin & Moran contribuiu com US$ 16 milhões. A fabricante da Budweiser, a Anheuser-Busch’s que posteriormente seria adquirida pela brasileira AMBEV, somou outros US$ 5 milhões. A McLaughlin & Moran  e a Anheuser-Busch’s foram punidas pelo patrocínio do evento. A fabricante de caixas de som utilizadas no nightclub The Station, a JBL Speakers, foi obrigada a somar outros US$ 815 mil às indenizações pelo material altamente combustível que colaborou na propagação do fogo. A varejista Home-Depot que vendeu o sistema de isolamento térmico também combustível, bem como a Polar Industries, fabricante do isolamento térmico do ar condicionado, também tiveram que pagar outros US$ 5 milhões. O fabricante Sealed Air Corp., responsável pelo isolamento acústico da boite, pagou US$ 25 milhões. A banda de rock Great White pagou US$ 1 milhão para as indenizações. A boite The Station, de propriedade de Jeffrey and Michael Derderian, pagou US$ 813 mil. O Estado de Rhode Island e a cidade de West Warwick foram obrigados a pagar outros US$ 10 milhões pela negligência na fiscalização e por não impedir o funcionamento de uma boite com tantos riscos ao público. Houve ainda a rádio 94 WHJY FM que por divulgar o evento teve que pagar US$ 22 milhões. E a lista de empresas  envolvidas não se esgota aqui. A grande maioria desses acordos foi suportado por apólices de seguros de cada uma das empresas. O Great White tinha um seguro de Resp. Civil Eventos que limitou sua contribuição a US$ 1 milhão, valor aceito pelo juiz.

Esse evento mostra o modelo americano de ver as responsabilidades e punir por um acidente. Embora em diferentes graus, este modelo está multiplicando em diversos países. Ou seja, qualquer que seja a participação, direta ou indireta no acidente, ela provoca a responsabilidade maior ou menor em contribuir na reparação às vítimas. Patrocínio, divulgação, venda de material e equipamentos, etc. Ainda que o cliente não tenha instalado adequadamente o material em questão, isso não isenta o fabricante da sua parcela de culpa. Em outras palavras o produtor é responsável pela instalação e uso adequado de seu produto.

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Além da reparação nos processos civis, houve a responsabilidade penal. Os donos da casa noturna: Jeffrey and Michael Derderian, bem como o manager da banda que acendeu os fogos, Daniel Biechele, foram punidos a penas superiores a 10 anos de cadeia. Mas saíram da cadeia, mudando o regime da pena após 3 anos, por bom comportamento.

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O acidente serve de base para o conhecimento de como evitar outras tragédias similares:

1)      Portas de emergência precisam ser amplas, de fácil abertura e acesso. O local precisa possuir uma quantidade de portas suficientes para escoar a sua lotação de pessoas em menos de 3 minutos.

2)      O estabelecimento precisa possuir defesas e equipamentos que retardem a propagação do incêndio. Tintas intumescentes, chuveiros automáticos (sprinklers), extintores, etc.

3)      Deve-se praticar o gerenciamento de riscos para avaliar a operação no local, como mensurar o risco do uso de fogos de artifício no interior do estabelecimento. Estabelecendo-se previamente as regras de segurança do local.

4)      Os danos a terceiros podem envolver muito mais do que apenas o proprietário do local do acidente.

5)      O material combustível usado em forros e isolamento acústico e térmico propagam o incêndio com uma velocidade mortal, em questão de minutos todo o prédio fica tomado pelas chamas com elevado poder calorífico.

 Abaixo um vídeo de simulação do escape das vítimas, considerando o calor produzido pelas chamas e a visibilidade após a fumaça tomar conta.

 

 

Onde foram encontrados os corpos das vítimas Onde foram encontrados os corpos das vítimas

Simuladores mostram, no vídeo abaixo, como o uso de sprinklers no prédio poderia retardar a propagação e permitir o salvamento de muitas pessoas.

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Aeroportos Aviação

Todos preocupados com Estádios e Aeroportos para a Copa 2014. Não se esqueçam do Controle do Espaço Aéreo!

Toda a vez que há suspeita de que uma aeronave voando teve sua “bolha de proteção” tocada (pelo solo ou por outra aeronave), independentemente do tamanho dessa redução de espaçamento, há uma apuração para verificar se houve de incidente. O controle de tráfego aéreo (DECEA – Departamento do Controle do Espaço Aéreo) é o responsável pela manutenção e monitoramento desse espaçamento.

afastamento

Figura do site: www.defesanet.com.br (valores aproximados)

Em 2008, o Fantástico noticiou um incidente ocorrido em 18 de junho daquele ano, no Aeroporto Internacional de Rio Branco (AC), onde um B737 da GOL quase colidiu com outro avião da FAB.

A iminência de outro acidente envolvendo um Airbus da TAM que fazia a rota Brasília-São Paulo, no voo JJ 3717, e um Bandeirante de propriedade privada, no dia 24 de junho deste ano, não foi o primeiro incidente de quase colisão de aeronaves registrado em 2010.

Conforme matéria do site IG ( http://migre.me/Yhbt ) – colunista Guilherme Barros – dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) indicam que apenas até maio, foram registradas 77 ocorrências de quase colisão no Brasil. Em 2009, durante todo o ano, foram 173 relatórios informando esse tipo de incidente.

Em 2009 o CENIPA registrou 1076 incidentes, um recorde histórico, na aviação civil brasileira. E, portanto, quase 10% dos incidentes no país referem-se a quase colisões (em inglês near miss ou Airprox).

As ocorrências registradas nos primeiros cinco meses do ano já correspondem a quase metade de todos os registros de 2009. Casos como o de uma aeronave que teve de arremeter por conta de outra que estava taxiando na pista – após autorização do pouso da primeira – também são considerados quase colisão.

A Taxa de risco no Brasil é mais elevada que nos EUA.

Um em cada quatro controladores americanos são recém formados. Muitos dos controladores estão alcançando a aposentadoria. Conforme reportagem do jornal The Washington Post, apenas nos seis primeiros meses desse ano já foram reportados mais incidentes do que todo o ano passado (com 18 casos) na Terminal de Washington-metro área. A matéria aponta que em 2009 os controladores americanos cometeram 949 erros.

A FAA (Anac americana) – Federal Aviation Administration – responde que o treinamento dos controladores é suficiente e que este não é o motivo do crescimento dos incidentes. Os EUA planejam aumentar a quantidade de vagas para controladores em 13% de 2008 até 2018, levando entre 2 e 4 anos para formar um novo controlador.

A NTSB – National Transport Safety Board – investiga 1.600 incidentes / acidentes por ano nos EUA (aqui só contando a parte aeronáutica). Em 2009 o controle do espaço aéreo americano deu conta de 40 milhões de aeronaves, isso não inclui as aeronaves não controladas, de vôo privado visual a baixas altitudes. Nos EUA ao final de 2008 havia mais de 600 mil pilotos registrados, mais de 231 mil aeronaves de aviação geral, e mais de 2.800 helicópteros operando.

Segundo o Sindicato dos Controladores Aéreos dos EUA há aproximadamente 14 mil controladores de tráfego aéreo naquele país, que em média trabalham 40 horas por semana. Se os números da matéria do Washington Post estiverem corretos, 949 erros para 40 milhões de voos dá um índice de 1 falha para aproximadamente 42.150 vôos.

No Brasil, em 2008, conforme o relatório Anuário do Transporte Aéreo (ANAC) tivemos 624.915 voos domésticos e 57.478 voos internacionais, totalizando 682.393. Considerando que os 173 casos de quase colisão, tem culpa ou participação do controlador, a nossa taxa de risco é de 173 casos para 682.393 voos, que resultam em 1 falha para aproximadamente 3.945 voos. Ou seja, nosso índice nos coloca num patamar de segurança de voo mais arriscado que o observado nos EUA com um volume mais que 40 vezes maior de voos.

Para contra argumentar o DECEA informa que “Os índices da FAA, diferentemente dos brasileiros, que consideram o total de incidentes de tráfego aéreo ocorridos, levam em conta apenas as ocorrências em que o controle do tráfego aéreo é identificado como responsável por tal situação. Há de se considerar ainda que eles avaliam por tipo de órgão de controle e sua tipologia é diferente do padrão adotado pela OACI-ICAO, seguido pelo Brasil.” Mais considerações a este respeito se consegue no site http://migre.me/Yhcu .

Vale lembrar ainda que o total de voos diários informados pelo DECEA é de 19,6 mil, mas aqui envolve aviação geral que normalmente não é controlada pelo ATC. Portanto, não reflete a carga real de trabalho do controlador.

A formação do controlador no Brasil:

Enquanto o avião da TAM quase abalroava outra aeronave, se davam as comemorações alusivas à formatura de conclusão de curso da 230ª Turma do Curso de Formação de Sargentos (CFS) e da 14ª Turma do Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento (EAGS). Treinamento e contratações iniciadas em 2008 após o apagão aéreo. O Curso de Formação de Sargentos (CFS), com duração de dois anos, formou 343 novos profissionais, sendo 224 homens e 119 mulheres. Alguns destes – não foi divulgado – serão nossos novos controladores de voo, outros serão Sargentos de outras áreas militares.

Em abril de 2010 a Aeronáutica (FAB) abriu novo concurso para 160 vagas de controladores. O Curso de Formação de Sargentos (Modalidade Especial) da Especialidade Controle de Tráfego Aéreo, é ministrado pela Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá-SP, e tem duração de um ano. Durante a formação os alunos terão instruções nos Campos Geral, Militar e Técnico-Especializado. Ao concluir o curso, o aluno será promovido a graduação de Terceiro-Sargento, com salário inicial bruto de, aproximadamente, R$ 2.800,00.

Vamos combinar que é um salário baixo para um profissional com tamanha responsabilidade. Alguém poderá reagir: -“Mas é o salário para iniciar a carreira.” Sim, mas não há plano de carreira! E no meio militar ele será sempre um Sargento, seu salário vai acompanhar os demais Sargentos que atuam em outras tarefas. Dificultando assim a evolução, reciclagem e motivação do mesmo profissional. O DECEA tem 11 mil profissionais, dos quais aproximadamente 3.000 são controladores.

O sistema que demora a avançar e não acompanha a evolução de nossa aviação.

A ICAO (International Civil Aviation Organization), em 1983, criou o Comitê FANS (Future Air Navigation Sistems) com o objetivo de estudar soluções com as novas tecnologias que estavam sendo desenvolvidas, para àquela época resolver os problemas das congestionadas rotas do Pacífico Sul. Estas rotas, inchadas devido ao crescimento da economia japonesa e dos tigres asiáticos, apresentavam um volume de tráfego muito grande que com os antigos sistemas de navegação que não acompanhavam a demanda, tiveram os gabaritos de segurança rebaixados e, além disso, tornando os voos mais demorados e caros.

Em 1986, foi definido como seria estruturada a transição para os novos sistemas de aviação, que foi dividido em Segmento Espacial, composto pela constelação de satélites de navegação (chamado então de Global Navigation Satellite System – GNSS) e comunicação;
Segmento de Controle, composto pelos órgãos de controle de tráfego aéreo; e Segmento Usuário, que seriam todos que utilizassem o serviço dos Segmentos Espaciais e de Controle.

Em 1991 houve um fórum entre as indústrias de equipamentos aeronáuticos e os representantes de governo para averiguar as capacidades técnicas das indústrias e as normas e especificações dos futuros sistemas, determinando prazos para que a transição e finalização da implantação, prazo esse que terminaria agora em 2010.

Os sistemas hoje utilizados ainda usam tecnologia de 1946 baseada na interação do Homem e sistemas de apoio em terra (Controle). A migração para o CNS/ATM não prejudica os sistemas antigos, pois a tecnologia atual permite a comunicação entre os sistemas ao longo da migração. A sigla CNS/ATM, que significa Communication Navigation Surveillance / Air Traffic Management (Comunicação Navegação Vigilância / Gerenciamento de Tráfego Aéreo), resume todas as transformações nestes segmentos de aviação.

Até 2006 nada acontecia, até que a Portaria 109/DGCEA, de 20 de outubro de 2006, aprovou o “Programa de Transição do SISCEAB utilizando o conceito de Sistema CNS/ATM”. No entanto, não avançou muito e foi revogada em 5 de maio de 2009, pela Portaria DECEA No 128/DGCEA.

Essa mesma Portaria, DECEA No 128/DGCEA, denota que a Aeronáutica mudou rumos mas já está implantando um novo sistema ou modelo. Descrito como Programa de Implementação ATM Nacional. Que pode ser conhecido no endereço: http://www.decea.gov.br/cns-atm/arquivo/PImpATM.pdf

Ao final de 2009 a FAB já demonstra avanços, Os controladores de voo do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), em Curitiba, realizaram treinamento para operar uma nova plataforma de controle de tráfego aéreo, versão que reúne, entre outras melhorias, uma nova visualização para reduzir o esforço dos operadores e um número maior de ferramentas de segurança como, por exemplo, alertas. O novo sistema adotado pela Comissão de Implementação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) foi batizado de Sagitário (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional). Que criatividade nesse nome hein…

Em julho de 2010, motivados pelo incidente e reação da imprensa sobre a quase colisão de junho do mesmo ano, as autoridades anunciaram a construção de uma nova torre em Congonhas (SP) e que o sistema vai evitar que o aeroporto de Cumbica feche por más condições do tempo. Até 2012, a previsão é gerenciar 60 voos ao mesmo tempo.

Congonhas poderia ter mais voos? Sim. Congonhas está trabalhando com 30 operações por hora. Nos Estados Unidos, a média é de 71 operações por hora. Podemos utilizar melhor nossos ativos sem risco de segurança. No entanto, precisaremos de mais controladores.

Enfim, o que se depreende de todos esses fatos, regulamentações e etapas até aqui? Que a migração de sistemas, envolvendo o investimento e orçamento do Estado, é muito lento. Depende de pressão popular. Pois os políticos são movidos para obras (PAC) que aparecem: pontes, hidroelétricas, etc. O radar ninguém sabe que existe, apesar de dependermos muito dele.

E falando em política…

Segundo noticiado em novembro de 2006, o Ministro da Defesa Nelson Jobim foi contrário ao confinamento de controladores rebelados, e chegou a pedir que os controladores resistissem à pressão. O governo queria e prometia àquela época tirar da aeronáutica o controle do tráfego aéreo e repassá-lo a civis. Quatro anos depois nada aconteceu !

Em 2006 o governo exonerou a direção do departamento da aeronáutica que chefia todos os controladores de vôo do país. Á frente do departamento de controle de espaço aéreo, o brigadeiro Paulo Roberto Cardoso Vilarinho comandava 2.700 controladores de voo militares e civis. Foi ele quem determinou o aquartelamento (prisão) dos funcionários na tentativa de acabar com o caos nos aeroportos provocado pela operação-padrão. Enfim, o governo apenas aposentou a liderança militar mas o controle aéreo não mudou.

A Justiça Militar iniciou em março de 2010 o processo contra 51 controladores de tráfego aéreo que, há três anos, participaram de uma paralisação levando ao caos aeroportos em todo o país. Insatisfeitos com as condições de trabalho, controladores de tráfego aéreo se recusaram a monitorar os aviões que cruzavam os céus do Brasil. No dia 30 de março de 2007, milhares de usuários de transporte aéreo se acotovelavam nos aeroportos sem poder embarcar nos voos. Denunciados pelo Ministério Público Militar (MPM) por prática de motim e por deixar de prestar o serviço de controle aéreo, prerrogativa exclusiva do governo federal, os militares começaram a ser interrogados e a se defender. O objetivo final dos controladores envolvidos é tentar se livrar da expulsão da Aeronáutica e de penas de prisão que podem variar entre dois e oito anos.

Em paralelo ao processo, buscando o caminho da política, o sargento Edleuzo Cavalcante e o controlador Wellington Rodrigues querem fazer a bancada da corporação. Ambos são candidatos do PSOL as Câmaras Federal e Estadual. Com a experiência de quem foi preso pela FAB durante a rebelião, o sargento Wellington aponta a desmilitarização do controle do tráfego aéreo como a principal bandeira da campanha. Será que o Ficha Limpa se aplica aqui?

Conclusão:

Todos os envolvidos neste assunto tem pontos interessantes a serem considerados:

1) Os Controladores merecem treinamento e remuneração adequada;

2) O DECEA vem investindo na contratação de novos controladores e em sistemas, mas isso leva tempo. E precisa de autorização do Governo para liberar esse investimento no orçamento;

3) Estamos correndo riscos. Nossas taxas de quase-colisão são elevadas;

4) Todo mundo está falando em aeroportos, ninguém lembra dos bastidores (radar e controle) para a COPA de 2014. E como você convidar muitas pessoas para uma grande festa na sua casa. E para isso se preocupa com a quantidade de cadeiras, com o visual da sua sala, com a comida, com o som, banheiros, etc. Contudo, esqueceu de pagar a conta de energia e faltou luz no dia! Que mico!